terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Política é uma questão muito séria para ser deixada para os políticos. (Charles de Gaulle)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O desabafo do Senador Jarbas Vasconcellos.

Antônio Cruz/ABr

- Sarney e a presidência do Senado: É um completo retrocesso. A eleição de Sarney foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador [...]. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão.

 

- Rotina no Senado: Às vezes eu me pergunto o que vim fazer aqui. Cheguei em 2007 pensando em dar uma contribuição modesta, mas positiva – e imediatamente me frustrei. Logo no início do mandato, já estourou o escândalo do Renan [Calheiros]. Eu me coloquei na linha de frente pelo seu afastamento porque não concordava com a maneira como ele utilizava o cargo de presidente para se defender das acusações. Desde então, não posso fazer nada, porque sou um dissidente no meu partido.

 

- Renan na liderança do PMDB: Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. Renan é o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem.

 

- A situação do PMDB: O PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos.

Para que o PMDB quer cargos? Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção.

 

- O PMDB e a sucessão de 2010: O PMDB vai se dividir. A parte majoritária ficará com o governo [Dilma Rousseff], já que está mamando e não é possível agora uma traição total. E uma parte minoritária, mas significativa, irá para a candidatura de [José] Serra. O partido se tornará livre para ser governo ao lado do candidato vencedor.

 

- O governo Lula: Quando Lula foi eleito em 2002, eu vim a Brasília para defender que o PMDB apoiasse o governo, mas sem cargos nem benesses. Com o desenrolar do primeiro mandato, diante dos sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. [...] O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. Mas foi só. O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. É um governo medíocre. E o mais grave é que essa mediocridade contamina vários setores do país.

 

- A popularidade do presidente: O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre.

 

O Bolsa Família: É o maior programa oficial de compra de votos do mundo. Há um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. [...] Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada, cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família.

 

- Os políticos: A classe política hoje é totalmente medíocre. E não é só em Brasília. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais também fazem o mais fácil, apelam para o clientelismo. Na política brasileira de hoje, em vez de se construir uma estrada, apela-se para o atalho. É mais fácil. Por que há essa banalização dos escândalos? O escândalo chocava até cinco ou seis anos atrás. A corrupção sempre existiu, ninguém pode dizer que foi inventada por Lula ou pelo PT. Mas é fato que o comportamento do governo Lula contribui para essa banalização.

 

- O PT: O PT denunciava todos os desvios, prometia ser diferente ao chegar ao poder. Quando deixou cair a máscara, abriu a porta para a corrupção. O pensamento típico do servidor desonesto é: "Se o PT, que é o PT, mete a mão, por que eu não vou roubar?".

 

- A corrupção: É um câncer que se impregnou no corpo da política e precisa ser extirpado. Não dá para extirpar tudo de uma vez, mas é preciso começar a encarar o problema.

 

- As chances de Dilma: A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.

 

- O Futuro pessoal: Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas. Mas não tenho mais projeto político pessoal. Já fui prefeito duas vezes, já fui governador duas vezes, não quero mais.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Mas é claro que o candidato de Lula é do PSDB


 

A campanha presidencial já começou nos bastidores.Vê-se movimentações,costuras ou articulações que obviamente retratam as possíveis e futuras alianças em torno dos nomes que certamente serão,candidatos.

Para Lula,a campanha já começou,viaja e inaugura qualquer coisa que muitas das vezes nem concluída estão,para catapultar sua candidata a candidata.Mas há uma postura falaciosa em curso.

Lula não tem o menor interesse em eleger Dilma.E afinal,quem é Dilma?

As últimas pesquisas encomendadas pelo PT ou melhor,pelo palácio.Mostram que a grande maioria dos brasileiros não conhecem ou mesmo,nunca ouviram falar na ministra Dilma.

Embora o Presidente continue ostentando índices de popularidade acima da média,seu carisma e spirituus não são transferíveis.Haja visto a surra que Marta Suplicy levou em São Paulo. E é justamente em São Paulo que mora a questão.

As últimas pesquisas,mostram o Governador de São Paulo,José Serra,em vantagem em todas as regiões do país.Seu nome já alcançou a massa crítica política,para pleitear a posição de candidato e o será,certamente.Ainda que o Governador Aécio,reivindique a posição,tanto porque,assim como fora Alckmin na ocasião de sua candidatura,estivesse em final de governo,no qual não poderia concorrer a uma reeleição.Aécio também se encontra na mesma situação.O PSDB,não cometerá o mesmo erro.

Aécio,ainda que mais popular e com muito mais pegada popular,não tem a massa crítica política nesse momento,para a sucessão de Lula.

Após 8 anos de governo Lula,onde houve muitos altos e baixos.Onde o PT se desintegrou moralmente e onde um governante,-ainda que não tenha o perfil de um Estadista-,alcançou e mantém índices de popularidade,que beiram o culto à personalidade.Para suceder um mito,será preciso uma ação que demandará muito mais energia e presença,que simplesmente costura política ou vontade.

Nem Dilma e nem Aécio,possuem a presença e força para impactar esses últimos 8 anos.Dilma ainda tem outros "senões",-o PT-.Ela não é do partido,não compôs com os medalhões do partido.Sim,Dirceu ainda é o homem forte dentro do PT.E seu grupo ainda domina o partido.Embora o PT possa ser Lula,Lula não é PT.Lula está auto-fundado em sua presença e carisma.Ele não precisa do PT nas suas escolhas,haja visto que escolheu Dilma,sem consultar o partido.

O triste fato,para o PT,é que este,não tem nomes para apresentar à sucessão.E se vê a reboque dos interesses de Lula.Este por sua vez,não se importa com o partido,que o sustentou durante anos e que só lhe trouxe problemas e "queimação de filme",durante todos os escândalos do seu governo.Todos os problemas de Lula,surgirão e estão dentro do PT.Lula sabe,que o PT,não tem competência para gerir um país e mostra isso,quando escolhe Dilma para sua sucessão.Afinal Dilma não é do PT.

O que se mostra nas entrelinhas,principalmente,quando estão juntos e estiveram algumas vezes,nos últimos tempos.Que Lula e Serra,se entendem e se locupletam muito bem.Serra já tem todos os requisitos pessoais para ser Presidente e politicamente falando,é o nome mais forte no cenário político.E o outro elemento muito importante nesse cenário é que,o PMDB paulista está com Serra.

O PMDB é a maior força política no Brasil,todavia sua influência é palaciana e regional.O PMDB,é um feudo e como feudo operará em função dos interesses.O PMDB do norte que é de Sarney,irá com Lula.O PMDB do nordeste,de Jarbas Vasconcellos irá de Serra.O PMDB de Temer,irá de Serra,de Quércia talvez.De Minas do ministro Hélio Costa,irá com Dilma,mas não com Serra.Talvez com Aécio.

No Rio,teremos dois rachas o PMDB de Garotinho e Picciani irá de Serra.Do Cabral-Paes,irá de Dilma.Tanto porque,Cabral sonha(?)com a vice-presidência.O restante do PMDB irá dividido.

Lula só lança Dilma,por uma questão protocolar.Ele sabe de tudo isso,e com certeza,muito mais.Como não pode expor suas preferências joga para platéia. Se Serra ganhar não irá promover uma caça as bruxas.Seu governo será descolado de Lula.Para o bem ou para o mal,sua imagem,ficará intacta.Permitindo,que retorne ou tente a eleição em 2014 ou 2018.

Se Dilma ganhar,a imagem de Lula estaria atrelada intrinsecamente à Dilma e ainda correria o risco do PT aprontar mais algumas e isso manchar a memória do seu governo.Bem,o que se percebe,é que Lula tem muito mais a ganhar com Serra.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PMDB-A Mobi Dick da política brasileira

Eleiçõe no Senado e na Câmara

E a alternância de poder no Brasil


 

A eleição no Senado e na Câmara,escrutinaram seus resultados ontem.Alguém duvidava do resultado?Alguma surpresa?Certamente nenhuma.

O que assistimos ontem,é o resultado do fisiologismo em seu mais alto nível,em doses cavalares que o PMDB consegue provocar na democracia brasileira.Não vamos discutir os méritos históricos do PMDB e seus medalhões.Muitas figuras de envergadura moral inquestionáveis,como Ulisses Guimarães ou o Senador Pedro Simon.Grandes homens sem dúvida.

O que discutimos é na máquina partidária que o PMDB se tornou e no seu intenso poder sobre os corações e mentes políticos.A massa pmdebista exercer atração e influência indissociáveis ao poder.O Brasil,possui uma democracia suprapartidária,muitos governos são compostos por vários aliados.No entanto,é impossível governar sem o PMDB na aliança.

Percebe-se que ao longo de sua história,o partido conseguiu desenvolver um faro,um expertise...uma tecnologia,infalível para o jogo político.O partido,embora imenso,onde claramente poderia sair de suas hostes potenciais candidatos à Presidência da República,preferem a periferia do Poder.

Na última eleição,elegeram a maior bancada na câmara,Senado,Prefeituras e vereadores.Um verdadeiro batalhão de ataque.O PMDB,domina a cena político-administrativo,em todas as esferas.

Portanto,seja lá quem for o futuro Presidente,não será sem ajuda do PMDB.Para o sim ou para o não,2010 terá uma forte influência do PMDB na condução do jogo sucessório.

O dado interessante nesse cenário,é que,a alternância de poder,pelo menos nas casas administrativas,é algo a se observar.Na Câmara,podemos até dizer que tudo bem,já tivemos nos últimos anos alternância,-PcdoB,PT e PMDB-.No Senado não.Há uma forte hegemonia do PMDB naquela casa.Mesmo depois de assistirmos o drama Calheiros do início ao fim,ainda assim,a presidência da casa voltou ao PMDB.Tião Viana do PT,sentiu o gostinho interinamente,mas a presidência do Senado ficou para Garibaldi Alves do PMDB.E por fim,volta para mão de Sarney-sempre ele-,do PMDB.

Conseguiram trunfar o jogo na Câmara e no Senado,sem dificuldades.O PT tentou,manter o jogo,surgiram até candidaturas de posição,como as de Aldo Rabelo e Ciro Nogueira.Mas Michel Temer,um hábil articulador e usando o imenso poder de atração do PMDB,destronou qualquer outra pretensão.No Senado,assistimos o PT fritando seu Senador Tião Viana,entregando-o a própria sorte.

O governo federal sabe,que desagradar o PMDB agora é fazer trato com o azar em 2010.Se Dilma tiver alguma chance,esta chance está paralelamente atrelada ao PMDB e sua estrutura.

O fato é que o jogo não está definido.O PMDB será o fiel da balança sucessória.Ainda acena positivamente para aliança com Lula,mas não exatamente para com o PT e este já tem sua lista de queixas contra o aliado.Em São Paulo,o PMDB tem muito mais pontes de intersecção com o PSDB de que com o PT.Sabendo que o franco favorito à sucessão é José Serra,governador de São Paulo.E sabendo que o PMDB não anda unido.Certamente assistiremos várias debandadas dentro do PMDB.

No Rio de Janeiro,assistiremos Cabral-Paes bancando o jogo de Lula-Dilma,contra o PMDB de Garotinho-Picciani,certamente a favor da candidatura Serra.Veremos o PMDB de Jarbas Vasconcellos com Serra e PMDB de Sarney com Lula-Dilma.E o restante do PMDB pagando pra ver.

Lula é refém do PMDB,haja visto sua inércia nas eleições da Câmara e Senado.Sacrifica sem dó nem pena os interesses do seu partido,o PT,em função dos interesses federais.Da governabilidade.

Enquanto isso...o circo pega fogo.



 Ique, publicada hoje no JB

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

Política é uma questão muito séria para ser deixada para os políticos. (Charles de Gaulle)

domingo, 15 de fevereiro de 2009

O desabafo do Senador Jarbas Vasconcellos.

Antônio Cruz/ABr

- Sarney e a presidência do Senado: É um completo retrocesso. A eleição de Sarney foi um processo tortuoso e constrangedor. Havia um candidato, Tião Viana, que, embora petista, estava comprometido em recuperar a imagem do Senado. De repente, Sarney apareceu como candidato, sem nenhum compromisso ético, sem nenhuma preocupação com o Senado, e se elegeu. A moralização e a renovação são incompatíveis com a figura do senador [...]. Sarney vai transformar o Senado em um grande Maranhão.

 

- Rotina no Senado: Às vezes eu me pergunto o que vim fazer aqui. Cheguei em 2007 pensando em dar uma contribuição modesta, mas positiva – e imediatamente me frustrei. Logo no início do mandato, já estourou o escândalo do Renan [Calheiros]. Eu me coloquei na linha de frente pelo seu afastamento porque não concordava com a maneira como ele utilizava o cargo de presidente para se defender das acusações. Desde então, não posso fazer nada, porque sou um dissidente no meu partido.

 

- Renan na liderança do PMDB: Ele não tem nenhuma condição moral ou política para ser senador, quanto mais para liderar qualquer partido. Renan é o maior beneficiário desse quadro político de mediocridade em que os escândalos não incomodam mais e acabam se incorporando à paisagem.

 

- A situação do PMDB: O PMDB é um partido sem bandeiras, sem propostas, sem um norte. É uma confederação de líderes regionais, cada um com seu interesse, sendo que mais de 90% deles praticam o clientelismo, de olho principalmente nos cargos.

Para que o PMDB quer cargos? Para fazer negócios, ganhar comissões. Alguns ainda buscam o prestígio político. Mas a maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral. A corrupção está impregnada em todos os partidos. Boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção.

 

- O PMDB e a sucessão de 2010: O PMDB vai se dividir. A parte majoritária ficará com o governo [Dilma Rousseff], já que está mamando e não é possível agora uma traição total. E uma parte minoritária, mas significativa, irá para a candidatura de [José] Serra. O partido se tornará livre para ser governo ao lado do candidato vencedor.

 

- O governo Lula: Quando Lula foi eleito em 2002, eu vim a Brasília para defender que o PMDB apoiasse o governo, mas sem cargos nem benesses. Com o desenrolar do primeiro mandato, diante dos sucessivos escândalos, percebi que Lula não tinha nenhum compromisso com reformas ou com ética. [...] O grande mérito de Lula foi não ter mexido na economia. Mas foi só. O país não tem infraestrutura, as estradas são ruins, os aeroportos acanhados, os portos estão estrangulados, o setor elétrico vem se arrastando. A política externa do governo é outra piada de mau gosto. Um governo que deixou a ética de lado, que não fez as reformas nem fez nada pela infraestrutura agora tem como bandeira o PAC, que é um amontoado de projetos velhos reunidos em um pacote eleitoreiro. É um governo medíocre. E o mais grave é que essa mediocridade contamina vários setores do país.

 

- A popularidade do presidente: O marketing e o assistencialismo de Lula conseguem mexer com o país inteiro. Imagine isso no Nordeste, que é a região mais pobre. Imagine em Pernambuco, que é a terra dele. Ele fez essa opção clara pelo assistencialismo para milhões de famílias, o que é uma chave para a popularidade em um país pobre.

 

O Bolsa Família: É o maior programa oficial de compra de votos do mundo. Há um benefício imediato e uma consequência futura nefasta, pois o programa não tem compromisso com a educação, com a qualificação, com a formação de quadros para o trabalho. [...] Há um restaurante que eu frequento há mais de trinta anos no bairro de Brasília Teimosa, no Recife. Na semana passada, cheguei lá e não encontrei o garçom que sempre me atendeu. Perguntei ao gerente e descobri que ele conseguiu uma bolsa para ele e outra para o filho e desistiu de trabalhar. Esse é um retrato do Bolsa Família.

 

- Os políticos: A classe política hoje é totalmente medíocre. E não é só em Brasília. Prefeitos, vereadores, deputados estaduais também fazem o mais fácil, apelam para o clientelismo. Na política brasileira de hoje, em vez de se construir uma estrada, apela-se para o atalho. É mais fácil. Por que há essa banalização dos escândalos? O escândalo chocava até cinco ou seis anos atrás. A corrupção sempre existiu, ninguém pode dizer que foi inventada por Lula ou pelo PT. Mas é fato que o comportamento do governo Lula contribui para essa banalização.

 

- O PT: O PT denunciava todos os desvios, prometia ser diferente ao chegar ao poder. Quando deixou cair a máscara, abriu a porta para a corrupção. O pensamento típico do servidor desonesto é: "Se o PT, que é o PT, mete a mão, por que eu não vou roubar?".

 

- A corrupção: É um câncer que se impregnou no corpo da política e precisa ser extirpado. Não dá para extirpar tudo de uma vez, mas é preciso começar a encarar o problema.

 

- As chances de Dilma: A eleição municipal mostrou que a transferência de votos não é automática. Mesmo assim, é um erro a oposição subestimar a força de Lula e a capacidade de Dilma como candidata. Ela é prepotente e autoritária, mas está se moldando. Eu não subestimo o poder de um marqueteiro, da máquina do governo, da política assistencialista, da linguagem de palanque. Tudo isso estará a favor de Dilma.

 

- O Futuro pessoal: Não tenho mais nenhuma vontade de disputar cargos. Acredito muito em Serra e me empenharei em sua candidatura à Presidência. Se ele ganhar, vou me dedicar a reformas essenciais, principalmente a política, que é a mãe de todas as reformas. Mas não tenho mais projeto político pessoal. Já fui prefeito duas vezes, já fui governador duas vezes, não quero mais.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009


Mas é claro que o candidato de Lula é do PSDB


 

A campanha presidencial já começou nos bastidores.Vê-se movimentações,costuras ou articulações que obviamente retratam as possíveis e futuras alianças em torno dos nomes que certamente serão,candidatos.

Para Lula,a campanha já começou,viaja e inaugura qualquer coisa que muitas das vezes nem concluída estão,para catapultar sua candidata a candidata.Mas há uma postura falaciosa em curso.

Lula não tem o menor interesse em eleger Dilma.E afinal,quem é Dilma?

As últimas pesquisas encomendadas pelo PT ou melhor,pelo palácio.Mostram que a grande maioria dos brasileiros não conhecem ou mesmo,nunca ouviram falar na ministra Dilma.

Embora o Presidente continue ostentando índices de popularidade acima da média,seu carisma e spirituus não são transferíveis.Haja visto a surra que Marta Suplicy levou em São Paulo. E é justamente em São Paulo que mora a questão.

As últimas pesquisas,mostram o Governador de São Paulo,José Serra,em vantagem em todas as regiões do país.Seu nome já alcançou a massa crítica política,para pleitear a posição de candidato e o será,certamente.Ainda que o Governador Aécio,reivindique a posição,tanto porque,assim como fora Alckmin na ocasião de sua candidatura,estivesse em final de governo,no qual não poderia concorrer a uma reeleição.Aécio também se encontra na mesma situação.O PSDB,não cometerá o mesmo erro.

Aécio,ainda que mais popular e com muito mais pegada popular,não tem a massa crítica política nesse momento,para a sucessão de Lula.

Após 8 anos de governo Lula,onde houve muitos altos e baixos.Onde o PT se desintegrou moralmente e onde um governante,-ainda que não tenha o perfil de um Estadista-,alcançou e mantém índices de popularidade,que beiram o culto à personalidade.Para suceder um mito,será preciso uma ação que demandará muito mais energia e presença,que simplesmente costura política ou vontade.

Nem Dilma e nem Aécio,possuem a presença e força para impactar esses últimos 8 anos.Dilma ainda tem outros "senões",-o PT-.Ela não é do partido,não compôs com os medalhões do partido.Sim,Dirceu ainda é o homem forte dentro do PT.E seu grupo ainda domina o partido.Embora o PT possa ser Lula,Lula não é PT.Lula está auto-fundado em sua presença e carisma.Ele não precisa do PT nas suas escolhas,haja visto que escolheu Dilma,sem consultar o partido.

O triste fato,para o PT,é que este,não tem nomes para apresentar à sucessão.E se vê a reboque dos interesses de Lula.Este por sua vez,não se importa com o partido,que o sustentou durante anos e que só lhe trouxe problemas e "queimação de filme",durante todos os escândalos do seu governo.Todos os problemas de Lula,surgirão e estão dentro do PT.Lula sabe,que o PT,não tem competência para gerir um país e mostra isso,quando escolhe Dilma para sua sucessão.Afinal Dilma não é do PT.

O que se mostra nas entrelinhas,principalmente,quando estão juntos e estiveram algumas vezes,nos últimos tempos.Que Lula e Serra,se entendem e se locupletam muito bem.Serra já tem todos os requisitos pessoais para ser Presidente e politicamente falando,é o nome mais forte no cenário político.E o outro elemento muito importante nesse cenário é que,o PMDB paulista está com Serra.

O PMDB é a maior força política no Brasil,todavia sua influência é palaciana e regional.O PMDB,é um feudo e como feudo operará em função dos interesses.O PMDB do norte que é de Sarney,irá com Lula.O PMDB do nordeste,de Jarbas Vasconcellos irá de Serra.O PMDB de Temer,irá de Serra,de Quércia talvez.De Minas do ministro Hélio Costa,irá com Dilma,mas não com Serra.Talvez com Aécio.

No Rio,teremos dois rachas o PMDB de Garotinho e Picciani irá de Serra.Do Cabral-Paes,irá de Dilma.Tanto porque,Cabral sonha(?)com a vice-presidência.O restante do PMDB irá dividido.

Lula só lança Dilma,por uma questão protocolar.Ele sabe de tudo isso,e com certeza,muito mais.Como não pode expor suas preferências joga para platéia. Se Serra ganhar não irá promover uma caça as bruxas.Seu governo será descolado de Lula.Para o bem ou para o mal,sua imagem,ficará intacta.Permitindo,que retorne ou tente a eleição em 2014 ou 2018.

Se Dilma ganhar,a imagem de Lula estaria atrelada intrinsecamente à Dilma e ainda correria o risco do PT aprontar mais algumas e isso manchar a memória do seu governo.Bem,o que se percebe,é que Lula tem muito mais a ganhar com Serra.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

PMDB-A Mobi Dick da política brasileira

Eleiçõe no Senado e na Câmara

E a alternância de poder no Brasil


 

A eleição no Senado e na Câmara,escrutinaram seus resultados ontem.Alguém duvidava do resultado?Alguma surpresa?Certamente nenhuma.

O que assistimos ontem,é o resultado do fisiologismo em seu mais alto nível,em doses cavalares que o PMDB consegue provocar na democracia brasileira.Não vamos discutir os méritos históricos do PMDB e seus medalhões.Muitas figuras de envergadura moral inquestionáveis,como Ulisses Guimarães ou o Senador Pedro Simon.Grandes homens sem dúvida.

O que discutimos é na máquina partidária que o PMDB se tornou e no seu intenso poder sobre os corações e mentes políticos.A massa pmdebista exercer atração e influência indissociáveis ao poder.O Brasil,possui uma democracia suprapartidária,muitos governos são compostos por vários aliados.No entanto,é impossível governar sem o PMDB na aliança.

Percebe-se que ao longo de sua história,o partido conseguiu desenvolver um faro,um expertise...uma tecnologia,infalível para o jogo político.O partido,embora imenso,onde claramente poderia sair de suas hostes potenciais candidatos à Presidência da República,preferem a periferia do Poder.

Na última eleição,elegeram a maior bancada na câmara,Senado,Prefeituras e vereadores.Um verdadeiro batalhão de ataque.O PMDB,domina a cena político-administrativo,em todas as esferas.

Portanto,seja lá quem for o futuro Presidente,não será sem ajuda do PMDB.Para o sim ou para o não,2010 terá uma forte influência do PMDB na condução do jogo sucessório.

O dado interessante nesse cenário,é que,a alternância de poder,pelo menos nas casas administrativas,é algo a se observar.Na Câmara,podemos até dizer que tudo bem,já tivemos nos últimos anos alternância,-PcdoB,PT e PMDB-.No Senado não.Há uma forte hegemonia do PMDB naquela casa.Mesmo depois de assistirmos o drama Calheiros do início ao fim,ainda assim,a presidência da casa voltou ao PMDB.Tião Viana do PT,sentiu o gostinho interinamente,mas a presidência do Senado ficou para Garibaldi Alves do PMDB.E por fim,volta para mão de Sarney-sempre ele-,do PMDB.

Conseguiram trunfar o jogo na Câmara e no Senado,sem dificuldades.O PT tentou,manter o jogo,surgiram até candidaturas de posição,como as de Aldo Rabelo e Ciro Nogueira.Mas Michel Temer,um hábil articulador e usando o imenso poder de atração do PMDB,destronou qualquer outra pretensão.No Senado,assistimos o PT fritando seu Senador Tião Viana,entregando-o a própria sorte.

O governo federal sabe,que desagradar o PMDB agora é fazer trato com o azar em 2010.Se Dilma tiver alguma chance,esta chance está paralelamente atrelada ao PMDB e sua estrutura.

O fato é que o jogo não está definido.O PMDB será o fiel da balança sucessória.Ainda acena positivamente para aliança com Lula,mas não exatamente para com o PT e este já tem sua lista de queixas contra o aliado.Em São Paulo,o PMDB tem muito mais pontes de intersecção com o PSDB de que com o PT.Sabendo que o franco favorito à sucessão é José Serra,governador de São Paulo.E sabendo que o PMDB não anda unido.Certamente assistiremos várias debandadas dentro do PMDB.

No Rio de Janeiro,assistiremos Cabral-Paes bancando o jogo de Lula-Dilma,contra o PMDB de Garotinho-Picciani,certamente a favor da candidatura Serra.Veremos o PMDB de Jarbas Vasconcellos com Serra e PMDB de Sarney com Lula-Dilma.E o restante do PMDB pagando pra ver.

Lula é refém do PMDB,haja visto sua inércia nas eleições da Câmara e Senado.Sacrifica sem dó nem pena os interesses do seu partido,o PT,em função dos interesses federais.Da governabilidade.

Enquanto isso...o circo pega fogo.



 Ique, publicada hoje no JB
 
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