TRE apreende material contra Gabeira,junto com material de Paes e Clarissa Garotinho

Material contra o candidato do PV a prefeito do Rio de Janeiro, Fernando Gabeira, foi apreendido em um veículo junto com propaganda do adversário do PMDB, Eduardo Paes, e da vereadora eleita Clarissa Garotinho (PMDB), filha de Garotinho e Rosinha. O material apócrifo com acusações contra Gabeira estava em nome da Associação de Moradores do Morro São José da Pedra, localizada na Zona Oeste.

Os panfletos apreendidos acusam o candidato do PV de estar envolvido num suposto esquema de recolhimento de lixo que incluiria também o prefeito Cesar Maia. O material apresenta as críticas feitas por Gabeira o à vereadora Lucinha (PSDB). A acusação se baseia no fato do prefeito, que declarou apoio ao candidato, ter "interesse na instalação desse lixão" porque seria amigo de Julio Simões, "o tubarão do transporte do lixo" e  teria recebido "R$ 15 milhões por mês da Comlurb" nesta gestão.

Na reta final de campanha do primeiro turno, o candidato também foi alvo de panfletos apócrifos. Ele tem sido ainda vítima de uma campanha negativa realizada por meio de scraps enviados por perfis falsos no Orkut com links para vídeos postados no You Tube, como divulgado com exclusividade pelo SRZD.

Gabeira informou que não vai se pronunciar sobre os panfletos. Para ele, este é um assunto para  ser resolvido pela  justiça eleitoral. O candidato ressaltou ainda que é contra a instalação de aterro de lixo em Paciência e negou ter qualquer tipo de preconceito com a Zona Oeste ou os subúrbios. 

Além dos panfletos contra o candidato do PV, no carro havia ainda  três mil panfletos de campanha do candidato do PMDB, 30 faixas com a inscrição em preto, branco e vermelho "Sou suburbano com muito orgulho" e material de campanha de Clarissa  - cinco galhardetes e cerca de 10 mil santinhos.

Quatro pessoas que iriam panfletar quando foram flagrados pelos fiscais foram detidas.  Adilson Fererira de Moura,  que dirigia a Kombi,  Ana Paula Cruz Costa, Claudio Roberto Ferreira,  e Karla Cristina Sanches Ferreira, foram levados para  delegacia da Polícia Federal, na Praça Mauá, onde prestaram depoimento na condição de testemunhas e foram liberados.

Detida admite trabalhar na campanha do PMDB

O chefe de fiscalização do Tribunal Regional Eleitoral,  Luiz Fernando Santa Brígida, informou que uma das quatro detidas, Ana Paula Cruz Costa, afirmou aos policiais trabalhar para campanha de Eduardo Paes. De acordo com reportagem do jornal O Globo, ela teria informado que o material foi entregue por um homem que seria da coordenação da campanha do peemedebista.

A Polícia Federal abriu inquérito remetido  ao Ministério Público Eleitoral. O MPE investigará os responsáveis pelos panfletos. 

Eduardo Paes alega que também foi vítima de panfletos

Em entrevista a 2ª edição do RJTV, da Rede Globo, nesta quarta-feira, o candidato do PMDB afirmou ser inaceitável a distribuição de panfletos contra o seu rival. Ele ressaltou ainda que também já sofreu este tipo de campanha negativa no primeiro turno.

"Eu e o Gabeira temos uma relação de respeito e estamos fazendo um debate político. Estou conduzindo o segundo turno de maneira propositiva, assim como fiz no primeiro turno, quando fui vítima em relação às vans. Disseram que eu ia varrer as vans e fui o tempo todo e continuo sendo vítima. O que tem de panfleto apócrifo com relação às vans... É inaceitável tanto da minha campanha quando da do Gabeira e se tiver alguém (envolvido) vamos afastar", declarou Paes.

Clarissa desaprova campanha negativa

Clarissa Garotinho, que esta participando da campanha da mãe, Rosinha Garotinho (PMDB), em Campos, afirmou ser contra a campanhas negativas a reportagem do jornal O Globo, desta quinta-feira (16). Ela informou ainda logo após a eleição sua estrutura de propaganda eleitora foi desmontada.

"Desaprovo, é uma baixaria. Nunca fiz esse tipo de ação na minha campanha. Na terça-feira após o dia da eleição, todos os veículos da minha campanha foram devolvidos e toda minha estrutura foi desmontada. Aliás, todos sabem que não fiz campanha para nenhum candidato no primeiro turno. E continuo não fazendo", disse aos jornalistas do Globo.

Justiça eleitoral afirma que ação é orquestrada

O coordenador  de Fiscalização de Propaganda Eleitoral do Rio de Janeiro, juiz Luiz Márcio Pereira,  revelou que não tem dúvidas que se trata de uma ação orquestrada. No entanto, ele não pode atribuir a autoria a ninguém, sem antes apurar com o devido rigor o caso.

O juiz informou que o TRE reforçou o efetivo de ficais na capital fluminense, deslocando equipes de cidades que não terão segundo turno. Para ele, com esta medida será possível coibir de forma mais enérgica a prática de condutos que atentem contra a honra dos candidatos, como a distribuição de material apócrifo.

Fonte Portal Sidney Rezende